A energia de ouvir polca e chamamé, somada ao carisma de Nestor Ló y Los Caminantes já faz a gente querer pedir bis antes mesmo deles deixarem Corumbá, onde pisaram pela primeira vez nesta quinta-feira (9).
No palco, a entrega foi tamanha que não teve termômetro que impedisse os músicos de usarem poncho mesmo com os 32 graus que marcavam às 20h30, horário em que o grupo subiu ao palco.
A apresentação mistura música, folclore e história de um país que de tão vizinho divide conosco costumes e estilos musicais.
A harpa entrou primeiro já dando o tom da noite e foi impossível não despertar o coração latino do sul-mato-grossense.
Corumbaense de nascença, contadora de profissão, Jeane Vasconcelos não conhecia Nestor Ló y Los Caminantes, mas nem por isso deixou de dançar e curtir logo na cara do palco.
“Maravilhoso e é bem parecido com a gente também, né? Porque temos um pouco de sangue paraguaio”, comenta.
Mãe Janaína, da casa de umbanda Tia Maria da Guiné, era uma das mais animadas entre o público. De branco, os movimentos eram de quem se divertia ao som da música que lhe é tão familiar. “Eu vim pra dançar aqui sabe? E eu gosto muito, e venho todo ano, desde que começou, porque a gente precisa prestigiar o que é da nossa cidade, do nosso estado. E ser da fronteira significa união, e o Festival América do Sul é o momento da gente ter união com os povos, aprender com a cultura da gente”, reflete.
CORAÇÃO LATINO
Minutos antes de subir ao palco, Nestor Ló atendeu a equipe da Comunicação do Festival, e pediu para que a entrevista fosse feita em Português.
Ao ser perguntado sobre o que faz seu coração latino se sentir feliz, Nestor, claro, respondeu que era a música. “Fazer música é o que faz o nosso coração latino feliz, também porque a razão da nossa vida é fazer música”.
Pela primeira vez em Corumbá, ele já garante que está não será a última. “Estou feliz de compartilhar aqui um pouquinho da nossa música, da nossa região. Vamos fazer polca, cumbia, xamã e vibrar”.
Juntos desde 2015, a banda tinha outro nome e seguia o blues, até que em 2018 lançou o primeiro disco, de volta às raízes.
“A música que hoje nós fazemos é a música com que nós crescemos. O folclore é a música, a música do nosso pai, da nossa mãe. Então, virar para o folclore foi mais virar a nossa raiz, virar para onde nós crescemos. O folclore é fazer o ritmo do nosso coração, o ritmo da nossa gente, a forma como nós falamos”.
Paula Maciulevicius, Ascom FAS 2023
Fotos: Renê Carneiro
Galeria de imagens disponível: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/show-nestor-lo-e-los-caminantes/