Uma atividade de qualidade de vida direcionada aos idosos, mas sem limitação de idade. Assim foi definida a atividade da Capoterapia pelo professor Alessandro Riquelme Ribeiro, o professor Sandrão, capoterapeuta e ministrante da oficina de Capoterapia, que foi realizada na manhã deste sábado (11) na sede do Centro de Convivência dos Idosos Benedita Ribeiro Leite de Barros, em Corumbá, durante o Festival América do Sul 2023.
Professor Sandrão explicou que a capoterapia é uma atividade desenvolvida na década de 1990 pelo mestre Gilvan do Distrito Federal, voltada para a pessoa idosa e pessoas com mobilidade reduzida. “Conforme foi passando o tempo, ela foi se desenvolvendo, agregando novos valores e novas funções. Agora, é prática alternativa complementar de saúde. A gente tem várias pesquisas universitárias congregando esses resultados e o testemunho das pessoas da melhor idade que praticam a capoterapia. Elas relatam pra gente que voltaram a ter mobilidade. Pessoas que não conseguiam quase que levantar da cama, limitação para levantar a mão para ligar o chuveiro, casos de depressão também, que vieram nos relatar que acabou a depressão com a atividade muito divertida”.
Sandrão trouxe para os alunos uma atividade voltada para uma apresentação envolvente. “Eles foram envolvidos de diversas formas, só que sem ter aquele desgaste de um treinamento de capoeira. Capoterapia não é capoeira. É uma outra atividade derivada do ritmo da capoeira, que a gente usa para fazê-los levantarem os braços, se abaixarem para amarrar um tênis, conseguir mobilidade no core, na cintura, para eles não terem limitação de movimentação para ir fazer um supermercado, uma caminhada, para limpar sua própria casa, fazer sua higiene… Então, como a idade vai passando, ela vai perdendo essa mobilidade e a gente recupera com essa atividade”.
“A capoterapia é uma atividade divertida, que traz um resgate cultural das músicas de capoeira, de lavadeira, e as demais músicas do folclore popular. Com essa agregação a gente consegue trazer a memória do idoso das músicas que ele ouvia quando era criança, e essas músicas trazem para ele uma outra vivência e uma nostalgia também. Aqui no Festival América do Sul é incrível porque o próprio Festival dá uma visibilidade tremenda para a nossa atividade, e ter a oportunidade de fazer isso no Centro de Convivência do Idoso dentro do Festival é agregador não só para nós como para o público que vai usufruir dessa atividade”, acrescenta o capoterapeuta.
A coordenadora do Centro de Convivência dos Idosos Benedita Ribeiro Leite de Barros, Lindivalda Gonçalves dos Santos, afirmou ser uma alegria muito grande receber a atividade durante o Festival “porque é uma novidade que nós estamos trazendo para os idosos”. “Eles aqui já têm a aula de ginástica, mas acredito que essa oficina de capoterapia é uma coisa diferente. Os idosos ficaram ansiosos para fazer. Acho que vai ajudar muito (para melhorar a saúde) e é muito interessante para eles”.
Uma das participantes da oficina, a aposentada Ivone Mendes Padilha, não conhecia a capoterapia, mas achou que a atividade mexe muito com o corpo. “Aqui no Centro de Convivência é maravilhoso. Eu frequento o Centro de Convivência há mais de dez anos e considero aqui minha segunda casa. É muito maravilhoso, a gente aprende muita coisa boa aqui, esfria a cabeça, quem tem depressão sai da depressão. Eu não conhecia a capoterapia, hoje foi a primeira vez e amei. Mexe muito com o corpo é muito bom para as pessoas da terceira idade”.
Benedita Jandira Fernandes, corumbaense, é frequentadora do Centro de Convivência dos Idosos, e disse que achou muito divertida a capoterapia. “Achei muito interessante, muito boa, é bem divertido. O professor é bem descontraído, isso aí faz bem pra gente também. É um gesto que as pessoas possam se abraçar, porque hoje no mundo em que vivemos são poucas as pessoas que se abraçam, são poucas as pessoas que transmitem o amor, são poucas as pessoas que têm uma amizade verdadeira. É como se estivesse renascendo, a gente vivendo lá do passado para viver este momento agora, trazendo aquelas músicas antigas, as coisas que a gente vivia lá no tempo de menina, de mocinha, é muito legal. Estou gostando muito, que aconteça outras vezes”.
Rosalina de Fátima, viúva pensionista, não conhecia a capoterapia e gostou da atividade. “Eu estava pensando em capoeira, porque ela traz uma lembrança da capoeira. Hoje é o primeiro dia que a coordenadora convidou a gente e eu decidi vir. É muito bom, movimenta todo o corpo, gostei bastante”.
Karina Lima, Ascom FAS 2023
Fotos: Elias Campos
Galeria de imagens disponível no site: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/capoterapia/