Corumbá (MS) – A maior edição do Festival América do Sul Pantanal (Fasp), com mais de 200 eventos e participação de dez países do continente, foi aberto na noite desta quinta-feira, em Corumbá, a historia cidade fronteiriça de Mato Grosso do Sul. Envolvendo a população local, estudantes e artistas renomados dentro de um amplo universo multicultural, a festa da integração ganha um novo viés ao celebrar a era cidadã e a construção coletiva da paz.
O novo formato do festival, que chega a sua 14ª edição, foi pensado na formação de uma cidadania cultural impregnada de valores e respeito às diferenças e pensamentos, superando barreiras de conflitos e geográficas e fortalecendo a irmandade latino-americana, definição esta realçada pelo secretário estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Nery. “Queremos que este festival se propague por todos os países promovendo a democracia e o diálogo”, disse ele.
População envolvida
Com a presença do secretário de Cultura do Paraguai, Fernando Griffith, o festival foi aberto pela vice-governadora Rose Modesto, representando o governador Reinaldo Azambuja, que estará presente ao evento neste sábado. Rose destacou o empenho do Governo do Estado, mesmo em um período de dificuldades econômicas, para manter o festival e torna-lo ainda mais abrangente, envolvendo toda a sociedade local na sua nova concepção.
“Nosso governo tem feito os maiores investimentos na história de Mato Grosso do Sul nas áreas essenciais, como educação, saúde e infraestrutura, mas é também um governo que prioriza a cultura e Corumbá é um exemplo disso”, afirmou a vice-governadora. Ela lembrou que os recursos próprios destinados pelo Estado e pelo Município no evento retornarão sete vezes mais para a população com a movimentação da economia, gerando emprego e renda.
Milagre cultural
O público – corumbaenses, bolivianos e turistas – lotou o circuito principal, na Praça Generoso Ponce, na primeira noite do Fasp, que teve como principal atração o sambista carioca Martinho da Vila. Este ano, o festival homenageia o ex-prefeito corumbaense Ruiter Cunha, que faleceu no ano passado, e o músico paraguaio José Assunción Flores, criador da guarania, gênero musical muito difundido em Mato Grosso do Sul.
Ao percorrer a praça e os pavilhões dos países instalados na Avenida General Rondon, região central da cidade, o ministro paraguaio Fernando Griffith se surpreendeu com os costumes da região, que se confundem com as manifestações de todo o continente. Ele chamou de “milagre cultural” ao observar as pessoas se alimentando de iguarias como a saltenha, de origem argentina, e o tererê, bebida típica do seu país que se agregou à cultura sul-mato-grossense.
“Este festival é algo grandioso e deve ser cada vez mais difundido em todos os países do nosso continente”, comentou o ministro, que se misturou às pessoas na praça para assistir aos shows de Martinho da Vila e do harpista Fábio Kaida. “O governo de Mato Grosso do Sul está de parabéns por pensar em um encontro latino-americano como este, onde rompemos nossas diferenças e superamos conflitos do passado em uma grande irmandade”, disse Griffith.