O Porto Geral de Corumbá virou palco para o rap regional e nacional, na madrugada de sábado (11) para domingo (12), no penúltimo dia do Festival América do Sul. O local ficou cheio de jovens para presenciar primeiramente o show do rapper douradense Miliano e, depois, dos artistas nacionais ADL, Froid e Raillow.
Miliano iniciou as apresentações no Palco do Porto, trazendo um som melódico e falando sobre suas vivências. O MC, nascido e criado em Dourados, é destaque nas batalhas de rima pelo Brasil, sendo campeão nacional em 2018. Pelo fato de ter vencido um campeonato de tamanha relevância, jovens do hip hop estadual se inspiram no rapper e percebem que também podem chegar no topo.
Além dos fãs, pessoas que não consomem tanto o rap também pararam para ver o show, como foi o caso de Thayná Cambará.
“É importante como referência. Todo local precisa de referência para troca, porque isso traz crescimento profissional, traz amplitude, traz novas perspectivas. Mesmo eu não sendo do movimento, e não é uma linguagem com a qual eu convivo e consumo, eu entendo que é importante a troca. Eu mesma atuo com o cultura afro-brasileira. O hip-hop é um movimento que vem de resistência. Então, você consegue fazer esse paralelo da música”.
O Festival América do Sul proporcionou espaço para os rappers fazerem, através da música, as críticas sociais e relatarem os momentos difíceis que a favela vive. Ao final da sua apresentação, Miliano convidou os artistas locais para mandarem versos improvisados, mostrando o valor que eles têm também.
Favela Vive
O relógio já marcava 1h30 da madrugada, quando a dupla ADL, formada pelos rappers Lord e DK47, subiu ao palco do Porto Geral. Quando começou o beat de Favela Vive, o público efervesceu e já puxou os versos “Terror da bola na escola, o causador das confusão (sic) / Inteligente, problemático, melhor na redação”.
Sendo um dos principais projetos do Rap Nacional, o “Favela Vive” é idealizado pela ADL (Dk 47 e Lord) que em cada edição juntam nomes importantes, como Froid e Raillow, que também participaram desta noite especial na Cidade Branca.
Sempre trazendo nomes de peso, o “Favela Vive” mostra a essência do Rap, saindo um pouco do “comercial” e com letras voltadas mais a críticas sociais, temas relacionados à vida nas favelas, incluindo experiências de jovens, desafios sociais e questões políticas.
“É super importante poder chegar em qualquer lugar que você for e levar esse projeto para mais lugares no Brasil, porque a realidade é a mesma, apesar de serem lugares diferentes. Então, poder levar isso pra pessoas de longe, que se identificam com essa parada no festival. É muito importante trazer essa realidade das favelas, para os moleques que estão ali embaixo ouvindo sons e se identificando com essa parada. Os artistas locais também têm que ser cada vez mais valorizados. Para mim, é uma honra estar aqui, espero que possa vir mais vezes”, relatou rapper Lord, antes da apresentação.
No final do magnífico show do ADL, DK47 foi para o público, que ficou maluco com sua presença. De volta ao palco, os artistas cantaram Favela Vive 5 para fechar a apresentação e a rapaziada cantou com toda força e emoção de desabafo que só o rap poderia proporcionar.
João Pedro Flores, Ascom FAS 2023
Fotos: Elias Campos
Galeria de imagens SHOW MILIANO disponível no site: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/show-miliano/
Galeria de imagens SHOW FAVELA VIVE disponível no site: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/show-favela-vive/