Levanta a mão quem nunca ouviu falar da banda Monobloco? Impossível passar despercebido qualquer canção que eles interpretam. Uma maneira orgânica e genuína que sacode qualquer plateia. Às margens do Rio Paraguai os músicos se apresentaram no último domingo (29), em Corumbá, e arrastaram centenas de pessoas na 16º Festival América do Sul Pantanal.
O grupo carnavalesco tem 22 anos de estrada e roda o mundo esbanjando alegria e originalidade com seu mix de instrumentos. Pedro Luís Teixeira, precursor da banda e um dos vocalistas, garante que a apresentação na Cidade Branca foi um marco para a carreira deles. “Foram dois anos de muita paciência para aguardar o momento e a maneira ideal de poder retomar um acontecimento que é eminentemente de massa e encontrar, nessa espera, maneiras de conexão com nosso público”, destaca.
Sobre voltar, depois de tantos anos, Pedro é enfático: “Já havíamos tocado aqui, mas voltar a um lugar tão especial, tanto geograficamente quanto culturalmente, num festival gratuito e na rua, foi muito especial. E aprender sobre essa relação pregressa com o Rio de Janeiro foi importante também”.
A história
O carnaval do Rio de Janeiro foi o ponto de partida. Local que fundaram a oficina de percussão e, por meio dos instrumentos das escolas de samba, puderam musicalizar a serviço de toda a diversidade rítmica do Brasil.
“Não diria que houve uma transição da oficina para a banda, mas um transbordamento de algo que começa como projeto pedagógico que dá mais do que 100% certo para fenômeno pop com o Monobloco Show, que arrebata as mais distintas plateias e situações, não só no Brasil como em vários lugares do mundo em que já tivemos o privilégio de tocar”, pontua.
Público
Para Alexandre Pedroso, 42 anos, ver de perto Monobloco foi único. “Para mim, um despertar, um novo suspirar. Uma apresentação que nos faz lembrar nosso país do início ao fim. São canções emblemáticas e que nos fazem dançar o tempo todo”, conta. O campo-grandense mudou-se recentemente para Corumbá e garante que o evento traz novos ares.
Já Cintia Freire, 32 anos, veio de Dourados conferir de perto a programação do Festival. “Ficamos muito tempo sem sentir essa energia. Ver de perto Monobloco é como realizar um sonho. Impossível não se conectar com eles que transmitem tanta energia e musicalidade”, diz.
Texto: Clarissa de Faria
Fotos: Bruno Rezende