A arte do circo invadiu a escola estadual Marquês de Tamandaré, no bairro Nova Aliança, em Ladário, com a programação da 16ª edição do Fasp – Festival América do Sul Pantanal. Na maior quadra de esportes da região, a tarde não foi de Educação Física como de costume. As cadeiras em semicírculo, música, números de equilíbrio e malabares misturados com comédia tiraram a unidade escolar da rotina, porém ninguém reclamou, pelo contrário, aplaudiram e muito o artista circense Guga Morales.
O espetáculo “O Homem Foca” envolveu toda a comunidade escolar: alunos, professores e funcionários do administrativo numa grande celebração da arte que, durante a apresentação da Morales, reforçou a política de paz no mundo.
Os exercícios diários para aprimorar os números apresentados se contrapuseram quando Guga chamou integrantes da plateia para participar. Uma improvisação que sempre gera muito envolvimento e, em Ladário, não foi diferente.
“Eu trabalho muito em circo de lona, tradicional, então tento misturar isso com o espetáculo de rua, usando de muitas improvisações e interações com o público”, contou o artista que percorre o país e o mundo divulgando a arte circense.
“Cada ação gera uma resposta que a gente nunca sabe como vai ser, por isso é desafiador essa improvisação. Essas andanças acabem refletindo em nosso trabalho que é o resultado da nossa vida, o que queremos mostrar para o mundo”, afirmou.
Além da mensagem de paz, Guga aproveita cada apresentação para lembrar a importância da arte como elemento transformador da sociedade.
“Estamos vivendo um momento de ataque à arte muito forte. Nós que trabalhamos com ela (a arte) sabemos o quanto é transformadora, ela mudou minha vida e pode mudar de muita gente também, por isso levo essa mensagem com muita sinceridade”.
Como dentro da escola tudo pode ser usado como recurso pedagógico, a professora de Língua Portuguesa, Andréia Ramirez comentou que, ao assistir o espetáculo, já imaginou a forma que irá trabalhará conteúdos de escrita com os estudantes. A educadora mostrou-se também bastante contente pela retomada das ações culturais em espaços abertos ao público.
“Quanto tempo não tínhamos uma reunião assim envolvendo cultura e educação? Só temos a agradecer porque estamos respirando uma tarde de cultura”, disse ao reforçar que a itinerância das atividades proporciona a democratização da arte.
“Nem todos os alunos podem ir até à avenida General Rondon, muitos não saem da comunidade por conta da distância, da locomoção. A organização pensar em trazer para as escolas distante do centro ações cumpre com esse papel de proporcionar arte e entretenimento a todos”, observou.
O artista circense Guga Morales se apresentou também durante o “Sarobá de Corumbá”, no primeiro dia do Festival (25) e, no Jardim da Independência, na sexta-feira, 27 de maio.
Texto: Lívia Gaertner
Foto: Marithê do Céu