O povo corumbaense e seus visitantes desceram até o Palco do Porto para prestigiar a cantora maranhense Rita Benneditto, que encerrou as apresentações desta quinta-feira (9) no Festival América do Sul.
Em sua primeira vez na Cidade Branca, Rita diz estar feliz em poder participar do Festival América do Sul que congrega tantos estilos musicais de diferentes países vizinhos e avalia a importância de conhecer outras culturas.
“Isso enriquece todos nós, traz informação, cultura, possibilidades porque a cultura é educativa, ela não tem só a função do entretenimento, tem também a função de educar, de informar, de despertar nas pessoas os interesses por outras culturas. Isso é fundamental, porque senão a gente vive muito isolado. Então, é importante que essa comunhão entre os povos, principalmente nós latinos. Precisamos ter essa interação”.
Dona dos hits ‘Canto para Oxalá’, ‘Saudação’ e ‘É D’Oxum’, Rita reverencia os orixás em seus versos. Dessa forma, a artista trouxe para Corumbá o projeto TecnoMacumba, em que trabalha há 20 anos. Nele, a cantora maranhense tem o intuito de desconstruir a visão preconceituosa que existe em relação à religião.
“Esse é um projeto que trata da cultura brasileira a partir das religiões de matrizes africanas e a gente sabe que no Brasil há um preconceito muito grande com os cultos das religiões africanas decorrentes da escravidão. E em um festival desta importância você nunca sabe qual vai ser a reação das pessoas com um projeto que se chama Tecnomacumba, porque a palavra macumba, ela é muito mal interpretada. É vista como uma energia negativa, e eu trago outro lado de tudo isso. Trago a música brasileira e as religiões de matriz africana para mostrar que a música brasileira bebe muito dessa fonte”.
João Pedro Flores, Ascom FAS 2023
Fotos: Elias Campos
Galeria de imagens disponível no site: https://www.festivalamericadosul.ms.gov.br/show-rita-benneditto/