O Porto Geral de Corumbá foi plano de fundo para o Território Performático da comunidade LGBTQ+ representada por pessoas de diversos estados. As apresentações aconteceram no Palco Rio Paraguai na tarde deste domingo (29) e fizeram parte da programação do 16º Festival América do Sul Pantanal. Provocando o público a refletir sobre o lúdico, suas emoções, sensações e ao mesmo tempo debater política, o público conferiu discotecagem, slam, performances, arte circense, além de muito amor, brilho, paz, harmonia e resistência.
Durante todo o Sarau os artistas inspiram e deslumbram por transparecer tanta liberdade e gana de viver. O valor histórico e social dessas expressões artísticas transcendem a performance e o palco, e tornam-se capazes de questionar o funcionamento do mundo e a maneira como os gêneros são encarados pela sociedade.
Entre os talentos, temos a professora de inglês e slammer, Isa Ramos de 26 anos, que compõe poemas e se apropria das palavras para passar sua mensagem. “Eu acredito que essa foi uma oportunidade única para ganharmos mais espaço e usarmos nossa arte para denunciar o preconceito. O microfone está na minha mão e eles vão ter que me escutar”, enfatiza.
Sobre suas mensagens, Isa afirma: “Que tenhamos cada vez mais espaço, pois temos o direto de chegar lá. Independente dos nossos pronomes, do nosso gênero, da maneira que nos vestimos e que falamos, a gente também merece estar nesse lugar que é nosso”.
Outro exemplo é a Afro Queer, 22 anos, artista e produtora que por meio da sua performance e rimas chamou atenção de todo o público. “Quando eu me entendi uma pessoa trans, entendi que eu poderia fazer mais coisas. Ocupar outros espaços e não somente aqueles que foram destinados a mim. Entendi que meu trabalho artístico é para além de mim, e para tocar outras pessoas. Somos pessoas trabalhando por meio do que mais gostamos de fazer e ser assim, meu desejo é que a sociedade receba e procure se politizar mais. Buscamos humanizar, buscamos mais respeito”, espera.